Em sua reflexão no dia em que na Itália e em muitos outros países se celebra a Solenidade do Corpus Christi, a festa da Eucaristia, o Papa recordou que este sacramento foi instituído por Cristo mesmo na Última Ceia "e que constitui o tesouro mais precioso da Igreja".
"A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social completamente baseado sobre o laço espiritual, mas concreto, com Cristo", explicou o Pontífice.Sem a Eucaristia, prosseguiu, "Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. É a Eucaristia, de fato, que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus".
"O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, tanto que a Igreja é realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e deles entre si".
O Papa também afirmou que "em uma cultura sempre mais individualista, como aquela em que estamos inseridos nas sociedades ocidentais, e que tende a difundir-se em todo o mundo, a Eucaristia constitui-se como uma espécie de "antídoto", que age nas mentes e nos corações dos fiéis e continuamente semeia nesses a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho".
Depois de recordar a experiência de comunhão dos Apóstolos ao redor da Eucaristia, o Papa recordou que "a Igreja, apesar dos limites e erros humanos, continuou a ser no mundo uma força de comunhão. Pensemos especialmente nos períodos mais difíceis, de prova: o que significou, por exemplo, para os Países submetidos a regimes totalitários, a possibilidade de reencontrar-se na Missa Dominical!"
"Como diziam os antigos mártires de Abitene: "Sine Dominico non possumus" – sem o "Dominicum", isto é, sem a Eucaristia dominical não podemos viver. Mas o vazio produzido pela falsa liberdade pode ser muito perigoso, e então a comunhão com o Corpo de Cristo é remédio para a inteligência e a vontade, para reencontrar o gosto pela verdade e pelo bem comum".
Bento XVI concluiu sua reflexão invocando a Virgem Maria, quem o Beato João Paulo II definiu como "Mulher eucarística".
“Na sua escola, também a nossa vida torne-se plenamente "eucarística", aberta a Deus e aos outros, capaz de transformar o mal em bem com a força do amor, esforçada em favorecer a unidade, a comunhão, a fraternidade", exortou.
Depois de saudar os fiéis em várias línguas o Papa outorgou a todos a sua bênção apostólica.
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